sexta-feira, 25 de setembro de 2015



Dois Ilustres aventureiros

….DAS MARINHAS PARA O OURO DO BRASIL
                                                                                             
Nasceu em Pinhote no dia 6 de Dezembro de 1716, filho de João Vieira Repincho – o Moço e de Mariana Monteiro de Barros, que haviam casado em Carapeços em 30 de Novembro de 1714. No dia 20 de mesmo mês foi baptizado com o nome de Manuel José, pelo padre João Gonçalves, sob autorização do então vigário das Marinhas Urbano de Faria Machado, tendo como padrinhos António Monteiro de Barros, casado com Antónia Barbosa de Faria, de Carapeços, Barcelos e Joana de Jesus Maria e José, solteira, filha do Tabelião Manuel Caminha de Morais e de Inês Coelho, da Vila de Esposende; serviu de testemunha ao acto o licenciado pela Universidade de Coimbra, Alexandre Vieira Repincho que veio a ser Provedor da Misericórdia de Esposende em 1726. Seu avô materno, Dr. Manuel Monteiro de Barros era Cavaleiro Fidalgo e médico da Câmara da Raínha e o paterno, tinha o mesmo nome que seu pai, João Vieira Repincho (o Velho) ; era das Marinhas e havia sido  Juíz de Fora em Melgaço em 1682.  
Manuel José Monteiro de Barros, de seu nome completo, pertencia à aristocracia minhota e como muitos outros, embarcou para o Brasil em 1761 com 45 anos, atraído pela mineração, fixando-se inicialmente na Baía. Mudou-se, depois, para Minas Gerais onde obteve a sesmaria de Galés de Cima, em S. João d’El Rei, Vila Rica, actual Ouro Preto, descobrindo aí grande lavra de ouro.
Foi Guarda Mor das minas de ouro de Vila Rica. ”Guarda Mor” era um dos títulos nobiliárquicos que servia como símbolo de poder político entre a elite e os grandes proprietários rurais. Muitos dos agraciados, eram descendentes directos da nobreza portuguesa e até da alta nobreza, especialmente as famílias chegadas nos primeiros séculos da colonização do Brasil.
Já com 50 anos, casou em 16 de Agosto de 1766, com Margarida Eufrásia da Cunha Matos, filha do Guarda Mor Alexandre da Cunha Matos, no Oratório de D. Antónia de Negreiros, em Passa-Dez, na freguesia de Nossa Senhora da Pilar, de Vila Rica.
Deste casamento nasceram nove filhos, dos quais duas mulheres, cuja numerosa descendência veio a integrar a chamada aristocracia rural cafeeira do séc. XIX.
Barões, condes, viscondes, militares e presidentes de províncias do Brasil Imperial, senadores e eclesiásticos, espalharam-se por Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e S. Paulo, transformando-se numa das famílias mais influentes, que atingiu o seu auge e opulência nos dois primeiros períodos do Brasil Imperial.
Manuel José Monteiro de Barros, morreu em 9 de Julho de 1789 e deixou testamento. Está sepultado na Igreja Mariz de Vila Rica, mas sete antes, em 24 de Junho de 1782, obtivera  alvará  de Cavaleiro Fidalgo, segundo o que consta no Registo Geral de Mercês de D. Maria I.
Como curiosidade refira-se que, de entre a descendência da sua numerosa prole, contam-se os actores José Carlos Monteiro de Barros (Diogo Vilela) e Letícia Spiller nossa conhecida das actuais novelas brasileiras; ambos têm as suas raízes que mergulham na à época remota do ciclo do ouro do Brasil e no ADN deste marinhense de Pinhote, que num dia , já muito distante, daqui partiu à aventura e foi bem sucedido  .  
(Publicado no jornal digital "Esposende Acontece)

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