domingo, 31 de julho de 2011

naufrágios na costa de Esposende

O primeiro naufrágio histórico e a Lenda dos “Cavalos de Fão”
«O nome de “Cavalos de Fão”, provém da silhueta que os rochedos apresentam à distância, na baixa-mar»
«Segundo uma lenda, aquele nome remonta aos tempos patriarcais e foi-lhe dado em memória do naufrágio de uma embarcação carregada com um presente de cavalos, que ali morreram, mandado pelo Rei Ofir, quarto neto de Noé, ao seu compadre Fão.
Terá sido este o primeiro naufrágio na costa de Esposende, que a tradição oral registou e fez chegar até nós, acontecido na idade do bronze, quando da passagem pelo “nosso mar” de um povo navegador e mercantil, «aventureiro de classe e pirata por excelência - os Fenícios» [1]
Diz Domingos Gomes, a propósito da origem de Esposende que «Não é pela sua civilização, não é pelo que nos deixou, que podemos tirar essa ilação, mas pelo que há de parecido nas gentes dessa época e pelas manifestações reveladas pelos de agora»
Em abono desta afirmação, escreve que «os fenícios, quando se preparavam para o saque e não o podiam consumar, satisfaziam-se destruindo» A partir daí constrói a sua tese, lembrando que «Há bem poucos anos, quando do naufrágio do vapor de carga “Lagoa” , os habitantes de uma aldeia próxima de Esposende , na emboscada da noite, pretenderam trazer alguns pianos. Mas como isso fosse impossível, destruíram-nos ás machadadas. Esse pormenor, ainda que isolado, é talvez luminoso para uma rectificação histórica, cabendo em seguida aos romanos a supremacia nos destinos destas paragens, conclui. [2]
É precisamente a lenda dos Cavalos de Fão quem nos revela esse extraordinário acontecimento, que, retirando a fantasia com que foi adornada, tem um fundo histórico, presumivelmente verdadeiro, mas não datado ou documentado.
Diz a lenda, resumidamente, que “in illo tempore” ,  
«Certo rei, chamado Ofir, quarto neto de Noé, mandou de presente ao seu compadre Fão, cavalos, que, por ter naufragado a embarcação que os transportava, se transformaram nos rochedos que emergem do mar em frente à praia de Fão».[3]
Na altura do tal naufrágio a costa, não tinha a configuração com que hoje se nos apresenta, mas os temíveis “Cavalos” e outros afloramentos vizinhos já denunciavam os perigos fatais, que os vieram a tornar tristemente célebres ao longo dos séculos.



[1] Domingos Gomes, in  “O Espozendense”de 25 de Março de 1939, pág. 2
[2] Idem, idem, idem. – Escrito em Lourenço Marques em 25 de Fevereiro de 1939.
[3] Sequeira, Zeferino (Coronel) – Villa Nuncupata Fano, “As patranhas de Ofir e Fão”, in Monumentos Históricos de Fão (Colectânea de monografias e de textos históricos sobre Fão) - edição da Comissão promotora da celebração das instituições fangueiras, Fão 2000, pág. 143.

domingo, 9 de janeiro de 2011

continuação

O hiate "FELIZ DESTINO", propriedadeda Viscondessa de Santo António, em 7 de Janeiro de 1862, ainda era comandado pelo mestre  João da Rocha, filho de António da Rocha, de 34 anos, de Ílhavo, mas a sua tripulação tinha mudado e era assim constituída:
 Marinheiros:
-Francisco Nunes, de 26 anos, filho de José Francisco Anarraio (?);
- José Oliveira, de 24, filho de Manuel Oliveira;
- José Lourenço Catarino, de 29, filho de António Lourenço Catarino e os 
 Moços:
- João Mineiro(?), de 18 anos, filho de Manuel João Mineiro (?);
- Manuel Ruivo, , de 14, de Joaquim António(?) Ruivo e
- Francisco de Faria Barros, de 16 anos, filho de José de Faria Barros de ESPOSENDE.



0 hiate português "DEUS SOBRE SOBRE TUDO", pertencia a José da Costa Carollas e em 15de Janeiro de 1861, matriculou em Esposende a sua tripulação, para fazera viagem para Aveiro.
A sua equipagem era assim constituída:
Mestre : José Simões Ré, de 30 anos, filho de Domingos Simões Ré;
Contramestre : João Pereirada Velha, de 40, filho de SilvestrePereira da Velha;
Marinheiros:
-João Marcela, de 28, filho de Tomé Marcela;
- José Leite, filho de José Gonçalves Leite, de 18 :
- Domingos José Ferraz, de 30, filho de Paulo André Ferraz)
Moços:
-António Gonçalves Vilão, de 18, filho de José Gonçalves Vilão e
- Tomé André Ferraz, de 14 , irmão do marinheiro Domingos Ferraz.
Eram todos de Ílhavo


- O hiate português "CONCEIÇÃO FELIZ" , propriedadede Fernando de Oliveira, saiu de Esposende para Aveiro, com uma tripulação toda de Ílhavo, matriculada em 16 de Janeiro de 1862.
O seu propiedtário, que era também de Ílhavo, era o seu mestre. Tinha então 40 anos e era filho de Manuel de Oliveira . Era casado (era alto, tinha cabelos petos e olhos castanhos) . A sua soldada era "aparte"
Como seu  contramestre levava a  bordo  Manuel Pereira Novo, de 25anos, filho de João Pereira Novo.
Os marinheiros eram :
- António Simões Chuva, de 24 anos, filho de Manuel Luís Chuva;
- Manuel Simões Maurício (?) , filho de Sivestre João Maurício (?)
- Francosco Mergulhão, de 30 , filho de Manuel Francisco Mergulhão.
O moço de bordo era Manuel Bartolo, filho de Manuel Francisco Bártolo.


Nos princípios de Maio de 1862, saiu a barra  de Esposende com destino a Aveiro, a bateira "OLHO VIVO", propriedade de Luís dos Santos Lé. Navegava sob autorização real de 9 de Jlho de 1860
Era se mestre José Forte Homem , de 40 anos, filho de Tomé Forte Homem.
Os marinheiros eram:
- Rodrigo Baptista Russo, de 38 anos, filho de José Baptista Russo e
- José Maria, de 22, filho de José Maria Pazeiro, natural de Mira.
O moço de bordo era Francisco Forte Homem, de 12 anos, filho do mestre, José Forte Homem.