tag:blogger.com,1999:blog-78863918687414597462024-02-20T03:38:42.705-08:00O EstrinqueiroZé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-21298525505739441662015-10-19T13:33:00.000-07:002015-10-19T13:33:15.782-07:00<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b>CALAFATES DE GANDRA
NA RIBEIRA DAS NAUS.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Gandra é, de entre as freguesias do nosso concelho, uma das que mais
esteve ligada à indústria da construção naval , não só a que desde os finais do
séc. XIV se instalara na foz do Cávado mas também à dos dois grandes centros
nacionais, a Ribeira das Naus, em Lisboa e a Ribeira do Ouro, no Porto. Certamente
pela sua proximidade aos estaleiros de Esposende e de Fão, para onde os seus
artífices tinham facilidade em se deslocar, Gandra contribuiu grandemente, ao
longo dos séculos, com os seus especialistas, muitos deles formados ou
“diplomados” nos dois grandes centros já citados. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Eximios carpinteiros navais, calafates e seus mestres, nos séculos
XVIII, XIX e XX, eram de Gandra, aliás, na boa tradição dos seus antepassados,
que já haviam dado sobejas provas do seu profissionalismo nesta importante arte.
E ela continuou a ser importante para a própria localidade, pois, segundo um
inquérito de âmbito socio-económico de 24 de Setembro de 1866, grande parte da
população de Gandra dedicava-se à profissão de calafate <a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[i]</span></b></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Altamente protegida, esta arte mecânica era fulcral à nossa economia,
porquanto todo o comércio marítimo dependia da boa construção e das condições de
estanquicidade, “da quilha à borda” das embarcações e por isso, os seus
artífices mais destacados, os Mestres ,tal como os dos carpinteiros navais,
eram contemplados com “privilégios”, especificados nas Cartas de Alvará que
remontam ao tempo de D. Fernando, mas que não raramente eram actualizados,
nomeadamente no tocante a impostos, como os últimos, confirmados por D. Maria
I.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Tais privilégios eram dados à Corporação, quando peticionados
colectivamente, mas os Alvarás eram passados nominalmente com esses mesmos
privilégios expressos, desde o primeiro até à última confirmação, que o
interessado utilizava quando lhe era necessário, estivesse onde estivesse em
território nacional.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>É o caso de João Manuel., filho de Miguel Manuel e de Úrsula Gonçalves,
de Gandra, mestre calafate da Ribeira das Naus e da Ribeira do Ouro, que em 11
de Abril de 1748, fez registar na Câmara Municipal de Esposende a Carta dos
seus “privilégios” para se eximir ao cargo de juiz de sub-sino da sua freguesia
– S. Martinho de Gandra - para o qual havia sido nomeado quando prestava
serviço em Viana do Castelo, por ordem da El Rei, no calafeto de umas lanchas.<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[ii]</span></b></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>João Manuel, justificou assim, não poder ocupar tal cargo, pois a sua
profissão exigia que estivesse “dia e noite” disponível para o serviço de El
Rei.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>O percurso de um oficial de calafate não era fácil e o de João Manuel
começou, quando seu pai, Miguel utilizou o seu Alvará que lhe dava o direito de
poder dar a mesma carreira aos filhos, carreira que também os isentava de ir à guerra.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Tudo começava com uma inscrição no curso...tal como fez João Manuel,
que em 20 de Fevereiro de 1709, dirigiu uma petição ao Provedor da Casa da
Índia para que lhe fosse passada uma Certidão de Matrícula, documento que foi
exarado pelo Escrivão da Provedoria dos Armazéns da Guiné, Índia e Armadas de
Sua Majestade onde consta que «<i>a folhas
cento e dezasseis do Livro donde se fazem as Escrituras aos oficiais de
calafate da Ribeira das Naus, está feita uma, em cinco do corrente, pela qual
se obrigou Miguel Manuel, oficial de calafate da Ribeira das Naus, a dar ensino
do dito ofício, dentro de cinco anos a um seu moço, por nome João, filho de
Miguel Manuel e de Úrsula Gonçalves, natural de S. Martinho de Gandra,
Arcebispado de Braga e de idade de dezoito anos, cabelo preto e calvo, olhos
pardos e cara grande e larga e acabado de lhe dar os ditos cinco anos lhe
prometia ferramenta para trabalhar e um vestido ou três mil reis em dinheiro». <a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_edn3" name="_ednref3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iii]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></i></b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Miguel Manuel, o pai, tornou a utilizar o Privilégio, para o mesmo efeito
e para um outro seu filho que tinha o mesmo nome que o seu.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Gandra, tinha nos princípios do Séc. XVIII, TRÊS MESTRES CALAFATES, a
trabalhar na Ribeira das Naus! O pai e dois filhos O pa, Miguel Manuel já vinha
exercendo aquela profissão, desde o século XVII. Naquela altura, para ser
oficial de calafate, ou seja ser Mestre, tal como João Manuel pretendia, era
preciso ter uma verdadeira “formatura” de cinco anos. Mas isto era em 20 de
Fevereiro de 1709 ... <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Outros se lhes seguiram, como Manuel Francisco do Paço, que foi vereador
da Câmara Municipal, nos primeiros anos do Séc. XIX. Era também um calafate de
renome, bem como seu neto Francisco do Paço, que acabou por se fixar em
Esposende onde casou com senhora de uma família com negócios na construção naval.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Em 1856, o mestre calafate de Gandra, Manuel Gomes dos Santos «pediu
escusa de ser encarregado de apresentar o S. Jorge nas quatro funções reais»,
quadro incluído nas festas do Corpus Christi.<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_edn4" name="_ednref4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iv]</span></b></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>José Francisco Alves, que trabalhou nos estaleiros de Fão ate 1906 e
que depois da sua morte foi substituído por outro mestre, Bento Ferreira Brás,
foram dos últimos grandes mestres calafates de Gandra. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Marinhas, Belinho e São Bartolomeu, tal como Fonte Boa, tiveram também
muitos e bons executantes nesta profissão, que honraram a indústria da
construção naval do concelho de Esposende, tendo alguns “passado” paras os
estaleiros navais de Viana do Castelo e do Ouro, no Porto, a partir de 1947, quando,
praticamente, acabaram os estaleiros da foz do Cávado. <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a> Neiva,
Dr .Manuel Albino Penteado, in “O concelho de Esposende no séc. XIX” in Boletim
Cultural de Esposende, nº 7/8 de Dezembro de 1985,pág.18.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></a> Felgueiras,
José – “Sete Séculos no Mar”- Edição do Forum Esposendense,2010. <o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn3">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_ednref3" name="_edn3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iii]</span></span><!--[endif]--></span></a> AHCME
– Registo do Privilégio dos Mestres Calafates concedidos a João Manuel da
freguesia de Gandra, termo desta vila de Esposende-Livro de Registos de
Privilégios -1748 (23 páginas).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn4">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/P%C3%81GINAS%20DA%20NOSSA%20HIST%C3%93RIA%20(V).docx#_ednref4" name="_edn4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iv]</span></span><!--[endif]--></span></a> Felgueiras,
José – “Sete séculos no Mar” – Edição do Forum Esposendense,2010.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-17859782542044372732015-10-19T13:13:00.002-07:002015-10-19T13:13:22.655-07:00<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;">Abade de Fão – capitão de uma
nau em 1438<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 14.0pt;"> </span> </div>
<div class="MsoNormal">
<o:p> <b> Por : José Felgueiras</b></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><b><br /></b></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A pesca marítima foi uma actividade importantíssima para as
gentes do território onde mais tarde se veio a constituir o concelho de
Esposende, apesar da pesca fluvial ter tido também relevante significado no
ponto de vista económico e alimentar, nomeadamente para as povoações
ribeirinhas.<i> <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
A pescaria do mar, desenvolvida logo após a independência do
Condado Portucalense e depois de controlada a pirataria berberesca, foi,
indubitavelmente, a verdadeira escola da experimentação da navegação oceânica
onde os pescadores se exercitaram e se tornaram grandes marinheiros. Foi nesta actividade
que aprenderam a conhecer o mar junto à costa ou mais ao largo, os seus fundos,
as correntes e a dominância dos ventos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fão, com uma situação geográfica privilegiada, pois ficava
na embocadura do Cávado, cedo se manifestou como centro de actividade
piscatória antes de todas as outras localidades, incluindo Esposende. Rezam as
Inquirições que Fão, já em 1220 tinha um pequeno núcleo de habitantes que se
dedicava à pesca «<i>illi qui vadunt piscari</i>»,
mas existem outras fontes a provar, que desde muito cedo, gente de Fão ou a ela
ligada, andou no alto mar, ocupando lugares de topo na hierarquia naval do
tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Portanto, não é de admirar que apareçam de vez em quando,
referências a homens de Fão, que deixaram o seu nome ligado a feitos de
relevância nacional, como é o caso presente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Os fangueiros de antanho, foram excelentes executantes das
artes de marinharia, a pontos de terem deixado o nome da sua terra ligado a uma
“costura”de forma oval, ainda hoje empregada como encapeladura ou como
componente de uma escada de corda a que deram o nome de «costura de Fam»,
também conhecida por «boca de lobo». <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por isso não é de admirar que, em determinadas
circunstâncias, os grandes senhores da altura requisitassem os seus serviços ou
os integrassem nas suas aventuras, fossem elas em terra ou no mar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
No entanto, pode parecer estranho o facto de estarmos a tratar
aqui de um Padre que também era náutico; mas, a verdade é que não era assim tão
raro, naquela época, vermos clérigos a comandar navios!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Como aparece então este nauta fangueiro, integrado na
logística de uma viagem tão importante como imponente? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Embora «filho famílias», João Vicente, tal como os simples
mortais da sua terra, teve logo na sua juventude os primeiros contactos com o
rio e o mar costeiro que praticamente o cercavam; duas escolas onde,
certamente, aprendeu os rudimentos da arte de navegar, aperfeiçoando-os depois
no mar alto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Filho de legítimo matrimónio, estudou e ordenou-se em
Coimbra no ano de 1435,com «<i>licencia sui
superiores presentatus ad titulum sui patrimonii, examinandus per suum
superiorem</i>». E daí, para ser imediatamente “nomeado” abade da sua terra
natal, que acabava de ser integrada no Condado de Barcelos, bastaria um pequeno
sinal do seu poderoso Duque… <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
João Vicente é
contemporâneo da transferência de Fão da Jurisdição de Guimarães para o Julgado
de Faria patrocinada por D. João I, que por carta de 14 de Outubro de 1409, doou
aquela localidade a seu filho, D. Afonso, conde de Barcelos (mais tarde o 1º
Duque de Bragança), ficando assim Fão a pertencer a esta Casa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Muito provavelmente a família de João Vicente era das
relações do Conde de Barcelos e ele próprio amigo ou conhecido de seu filho, o Conde
de Ourém, D. Afonso, que fez várias viagens ao estrangeiro em representações diplomáticas,
entre 1429 e 1458 <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O Conde de Ourém sendo, portanto, filho do Conde de Barcelos
(1º Duque de Bragança) e de D. Brites Pereira, filha de D. Nuno Alvares Pereira,
era neto de D. João I, pelo lado do pai e de D. Nuno, pelo da mãe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Embora fosse educado em Chaves, sede na altura, da Casa de
Bragança, nem por isso a sua educação mereceu menores cuidados; «decerto,
contactou com os melhores mestres, pois pelo que se conhece é legítimo afirmar
que foi um dos mais cultos da sua geração.» Teve assim, uma educação que
ombreava com a dos filhos de D. João I, seus tios,- a ínclita Geração - que
eram praticamente da sua idade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Numa dessas viagens, a segunda que fez, teve Basileia como
destino. Era nessa cidade que decorria o Concílio da Igreja Católica e o rei D.
Duarte, seu tio, procurava aí obter autorizações especiais do Papa para os reis
portugueses, para aos cavaleiros das Ordens de Avis e de Cristo e a bula de
cruzada para a guerra em África.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A comitiva, que integrava altas figuras da Igreja e grandes
letrados em direito canónico e civil, incluía o bispo-conde do Porto D. Antão
Martins, saiu de Lisboa em 11 de Janeiro de 1436, fazendo a viagem por terra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Dessa viagem foi feito um diário pormenorizado dos locais
por onde passavam e as distâncias percorridas diariamente. Chegaram as Castela
5 dias depois. Atravessaram toda a península em 10 semanas, até ao Mediterrâneo.
Entraram em Barcelona onde foram muito
bem recebidos e aí esperaram 6 semanas pelos elementos da realeza que vinham
por mar, tempo aproveitado para contactos importantes que visavam apoios para a
campanha de África que estava a ser preparada pelos infantes irmãos de D. Duarte:
D. Henrique, D. Pedro e D. Fernando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Seguiram depois para Itália, para o porto de Livorno, tendo,
para o efeito, o conde e o bispo, juntamente com outras ilustres figuras,
embarcado numa galé em 24 de Maio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Alguns cavaleiros, porém, necessitavam de levar os seus
cavalos e por isso tiveram que viajar mais para norte, até S. Fileu, porto onde
embarcaram numa nau vinda de Lisboa, capitaneada pelo citado Abade de Fão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A viagem, foi assim, feita separadamente, num mar perigoso,
infestado de corsários, de inimigos e milhentos perigos, mas todos acabaram por
passar discretamente, fazendo-se até passar por galegos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
No dia 22, partiram para Bolonha, onde foram recebidos com grande
entusiasmo e quatro dias depois da chegada, o Papa recebeu-os.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
É assim, pelo relato desta viagem, que chega até nós a
referência a este importante personagem fangueiro, cuja família era de
«estirpe» e da confiança do 1º Duque de Bragança, seus fiéis servidores, dos
tais que ele punha a liderar nas terras das suas possessões. Veja-se o que um
seu sucessor, embora mais tarde, o Duque D. Jaime, fez em Esposende para a
expedição a Alcácer Quibir. Além dos «20 homens a pé» que recrutou, levou ainda
a nata da fidalguia da terra, Gaspar de Barros da Costa e seu filho Gregório (seu amigo pessoal), que morreu na batalha. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Este abade-navegante, tinha ainda a vantagem de ser letrado,
o que, para além do respeito que o seu estatuto impunha, aliado a alguma
coragem, servia na perfeição para integrar em lugar de responsabilidade uma
empresa tão grandiosa como foi a viagem desta embaixada a Basileia para obter
do Papa o que D. Duarte tanto almejava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eis pois, mais um fangueiro para a História de Fão e do nosso Concelho! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 10.0pt;">Consultas:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">-Ribeiro, Gonçalo Morais –
Viagens do Conde de Ourém (1429-1458)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">-Lusitânia Sacra, 2ª série,
Tomo 13-14 (2001-2002).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
- <span style="font-size: 10.0pt;">Barradas, Alexandra Leal,
in Revista “Medievalista”, ano 2, nº 2, 2006 – FCSH- Instituto de Estudos
Medievais- UNL<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Esposende Março de 2015 <span style="font-size: 10.0pt;">PS. Por opção, o autor escreve segundo a antiga
ortografia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">(Publicado no jornal digital "Esposende Acontece) em Maio de 2015)</span></div>
Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-13163943626485190572015-09-25T14:08:00.004-07:002015-09-25T14:08:34.419-07:00<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">….e DE ESPOSENDE PARA O TABACO, OURO E PEDRAS PRECIOSAS<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> António dos Santos Vilas Boas</span></b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> nasceu na Casa da Ribeira, uma das
casas mais emblemáticas de Esposende que
se situava nesmo em frente ao local onde funciona o conhecido “café
Vermelhinho” e que foi sacrificada para dar lugar à actual avenida Marginal. Este edifício, que remontava ao tempo
de D. João III, com quintal virado para o rio, foi a primeira casa onde se
instalou a Guarda Fiscal.</span><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">.</span><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">António dos
Santos Vilas Boas, nasceu aí, em 1 de Novembro de 1693. Era filho do Capitão de
navios Manuel Ferreira Rego e de Maria de Fátima de Vilas Boas Ferreira;
descendia, pelo ramo da mãe , de várias gerações que vieram de Azurara e Vila do Conde, trabalhar para aqui, alguns deles
como mestres construtores navais,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Apesar da
varonia destes Vilas Boas, ser Ferreira, na geração seguinte passou para Faria Azamores,
os mais antigos de Esposende, Porém, este ramo, privilegiou o apelido do Vilas
Boas, e nunca o dexaram caír através de várias gerações que chegaram até aos nossos
dias,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Foi baptizado na Matriz de Esposende, pelo Padre coadjutor Sebastião
de Vilas Boas, seu parente, servindo de padrinhos João Martins Ferreira e sua
enteada, Antónia, solteira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">António dos Santos Vilas
Boas</span></b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> também muito
cedo embarcou para o Brasil, onde foi proprietário de fazendas de tabaco e
minerou, ouro e pedras preciosas, juntamente com seu primo Manuel Machado
Carmona, também de Esposende, senhor de engenhos de açúcar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Obteve Carta de FSO (Familiar do Santo Ofício) em 22-12-1755,
em cujo processo se diz tratar-se dum homem de negócios, solteiro, tendo as
suas lavras de ouro e de tabaco e que vivia nas Minas, no Arraial das Figuras,
na freguesia de Santo António de Jacobina, no arciprestado da Baía. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Era considerado pessoa de bom procedimento, vida e costumes,
capaz de ser encarregado de negócios de importância e de segredo, Vivia limpa e
abastadamente, minerando com seus escravos e também vendendo fazendas. Teria
mais de 10.000 cruzados de cabedais; sabia ler e escrever e tinha 40 anos de
idade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em 1.10.1749, ainda era solteiro e estava de regresso a
Esposende, aonde foi padrinho, até 1675, de 6 bautizados. Entretanto em 1752,
serviu como Vereador da Câmara de Esposende., Pouco depois, casou-se em Fão, ,em
15 de Junho de 1756, com Ana Maria do Sacramento de Freitas Cabral da Mina,
muito mais nova que ele, filha de Manuel Freiras Cabral da Mina, natural da
cidade da Guarda, e D. Maria Antónia de
Carvalho Pinheiro, de Fão. Deste casamento nasceram 7 filhos, sendo porventura
o mais representativo o Capitão João Atanásio dos Santos Vilas Boas Faria
Cabral, que foi Tabelião em Esposende </span>Este <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
João Atanásio, que também nasceu na
Casa da Ribeira, foi Tabelião em Esposende e foi nomeado Tenente Secretário do
Regimento 21 de Linha e depois capitão do Exército, da Repartição do Estado
Maior.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Em 1803 elaborou um mapa estatístico dos géneros nos armazéns
dos portos de mar de Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Esposende;<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Em 1809 foi enviado o a Espanha, a tratar com a junta dos
meios de defesa possíveis, para travar o Marechal Soult.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
vindas de Viana, conseguindo
prender os oficiais e a guarnição Em 3 de Novembro de 1812, era capitão do
mesmo regimento e ajudante do Marechal de Campo Champalimaud; foi Cavaleiro da
Ordem Militar de Aviz e condecorado com a medalha da Realeza. Em 1821 foi
nomeado Governador do Castelo de Vila do Conde e em Junho de 1823, assaltou o
próprio forte quando este se encontrava ocupado pelas forças Constitucionais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por este acto foi julgado em
Conselho de Guerra, realizado em Braga. Foi aí condenado à morte, pena
subsumida por degredo e finalmente acabou preso por 2 anos, com residência fixa
na fortaleza de Valença do Minho, onde veio a falecer em casa de seu filho José
Marcelino, ficando sepultado no Mosteiro de Ganfei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
João Atanásio, que era um
fervoroso absolutista, partidário de D. Miguel -, apoiou os seus dois filhos
mais velhos na fuga para Espanha, donde retornaram fazendo parte das tropas do
Marquês de Chaves, que apoiava D. Miguel. No período em que viveu em Esposende,
participou com o Dr., José Joaquim de Faria e Andrade, o Dr, José António do Monte
Fogaça , sargento mor Manuel Maciel Ferreira de Araújo e José Joaquim da Silva
Pinto e Castro, nas sucessivas aclamações a D. Miguel, quer em Esposende, quer
em Fão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Fontes: -Digitarq /Lisboa/Porto/Braga<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> -Web<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> - Gerações
da Fundação da Vila de Esposende. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Esposende, Abril de 2015<o:p></o:p></span></div>
Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-55613146221924811202015-09-25T14:05:00.002-07:002015-09-25T14:05:37.697-07:00<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Dois Ilustres aventureiros<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">….DAS</span></b><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> M<b>ARINHAS PARA O OURO DO BRASIL<o:p></o:p></b></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<b><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal">
Nasceu em Pinhote no dia 6 de Dezembro de 1716, filho de
João Vieira Repincho – o Moço e de Mariana Monteiro de Barros, que haviam
casado em Carapeços em 30 de Novembro de 1714. No dia 20 de mesmo mês foi baptizado
com o nome de Manuel José, pelo padre João Gonçalves, sob autorização do então
vigário das Marinhas Urbano de Faria Machado, tendo como padrinhos António
Monteiro de Barros, casado com Antónia Barbosa de Faria, de Carapeços, Barcelos
e Joana de Jesus Maria e José, solteira, filha do Tabelião Manuel Caminha de
Morais e de Inês Coelho, da Vila de Esposende; serviu de testemunha ao acto o licenciado
pela Universidade de Coimbra, Alexandre Vieira Repincho que veio a ser Provedor
da Misericórdia de Esposende em 1726. Seu avô materno, Dr. Manuel Monteiro de
Barros era Cavaleiro Fidalgo e médico da Câmara da Raínha e o paterno, tinha o
mesmo nome que seu pai, João Vieira Repincho (o Velho) ; era das Marinhas e
havia sido Juíz de Fora em Melgaço em
1682. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Manuel José Monteiro
de Barros</b>, de seu nome completo, pertencia à aristocracia minhota e como
muitos outros, embarcou para o Brasil em 1761 com 45 anos, atraído pela mineração,
fixando-se inicialmente na Baía. Mudou-se, depois, para Minas Gerais onde obteve
a sesmaria de Galés de Cima, em S. João d’El Rei, Vila Rica, actual Ouro Preto,
descobrindo aí grande lavra de ouro. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Foi Guarda Mor das minas de ouro de Vila Rica. <span style="background: white; color: #252525; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">”Guarda Mor” era um dos </span>títulos
nobiliárquicos que servia como símbolo de poder <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtico" title="Político"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">político</span></a> entre
a elite e os grandes <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade_rural" title="Propriedade rural"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">proprietários
rurais</span></a>. Muitos dos agraciados, eram descendentes directos da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nobreza_portuguesa" title="Nobreza portuguesa"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">nobreza portuguesa</span></a> e até da alta nobreza,
especialmente as famílias chegadas nos primeiros séculos da colonização do
Brasil. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Já com 50 anos, casou em 16 de Agosto de 1766, com Margarida
Eufrásia da Cunha Matos, filha do Guarda Mor Alexandre da Cunha Matos, no
Oratório de D. Antónia de Negreiros, em Passa-Dez, na freguesia de Nossa
Senhora da Pilar, de Vila Rica. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Deste casamento nasceram nove filhos, dos quais duas mulheres,
cuja numerosa descendência veio a integrar a chamada aristocracia rural cafeeira
do séc. XIX. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Barões, condes, viscondes, militares e presidentes de
províncias do Brasil Imperial, senadores e eclesiásticos, espalharam-se por
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e S. Paulo, transformando-se numa
das famílias mais influentes, que atingiu o seu auge e opulência nos dois
primeiros períodos do Brasil Imperial. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Manuel José Monteiro de Barros, morreu em 9 de Julho de 1789
e deixou testamento. Está sepultado na Igreja Mariz de Vila Rica, mas sete
antes, em 24 de Junho de 1782, obtivera alvará de
Cavaleiro Fidalgo, segundo o que consta no Registo Geral de Mercês de D. Maria
I.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Como curiosidade refira-se que, de entre a descendência da
sua numerosa prole, contam-se os actores José Carlos Monteiro de Barros (Diogo
Vilela) e Letícia Spiller nossa conhecida das actuais novelas brasileiras; ambos
têm as suas raízes que mergulham na à época remota do ciclo do ouro do Brasil e
no ADN deste marinhense de Pinhote, que num dia , já muito distante, daqui partiu
à aventura e foi bem sucedido . <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(Publicado no jornal digital "Esposende Acontece)</div>
Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-31822976125694484852015-09-21T01:26:00.001-07:002015-09-21T01:26:36.636-07:00<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">O capitJoão Dias – </span></b><b><i><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">benfeitor da
Santa Casa da Misericórdia de Esposende <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
João Dias era natural de S. Cláudio de Curvos em cuja igreja foi baptizado
pelo padre Francisco Alves do Lago, a dezanove de Junho de 1675. Filho de Frutuoso Dias e de Marta Francisca,
teve como padrinho Domingos Dias Vasco. Casou com Antónia Francisca de Almeida,
uma baiana de ascendência portuguesa com raízes em Penafiel, que morava na
freguesia de Nossa Senhora da Assunção de Camamu, em S. Salvador da Baía. Foi
Familiar do Santo Ofício e teve um filho, Domingos Dias de Almeida, que também se
habilitou a membro daquela Congregação em 15-09-1738.<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Domingos morava perto, em Santa Vera Cruz, na ilha de Itaparica, local onde se
verificou o último desembarque de escravos naquela região, já depois de o mesmo
ter sido proibido. Nesse desembarque precipitado, houve muitos afogados e outros,
já em terra, sucumbiram à fome e ao cansaço, depois de obrigados a correr para
fugir das autoridades. De 500, apenas sobreviveram 285.<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os negócios de João Dias, também eles ligados ao tráfico de escravos, levaram-no
a assentar arraiais na freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Senhor
de largas posses, foi a partir daí que manteve estreita relação material e
espiritual com a Santa Casa da Misericórdia de Esposende, a quem fez várias
ofertas (esmolas),em troca da celebração de actos religiosos por suas
intenções. João Dias aparece várias vezes referenciado nos livros da Instituição
como Capitão, não se especificando se do mar, se de terra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A primeira dádiva de João Dias à Santa Casa, foi um rico paramento
confeccionado em Lisboa, para ser utilizado em ocasiões solenes, um Pontifical,
pois, numa reunião do Cabido, havida em 24 de Julho de 1729, foi acordado que
«era conveniente que viesse por terra, pelo correio, o Pontifical da cidade de
Lisboa, que mandou fazer o Capitão João Dias, morador na cidade da Baía, por
ser coisa de grande empenho e se temer que por mar, correria algum risco». A
preocupação com o seu transporte, demonstra bem a importância e a qualidade da
obra oferecida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Passados quase dois anos, no dia 26 de Abril de 1732, na mesma sala, onde
se encontravam reunidos o Provedor, os irmãos da Mesa e o Procurador de João Dias,
foi aberta uma carta, em que este reclamava que não tinham sido mandadas dizer
três missas de Natal por sua intenção e outras três, no mesmo dia, por intenção
de sua mulher. A explicação foi dada, de pronto, ao Procurador e prometido que
dali em diante, as ditas 6 missas «seriam ditas no dia de Natal, atendendo às
benfeitorias que o capitão João Dias tem prestado a esta Casa». Na mesma carta,
João Dias dizia ainda que o Provedor e mais Irmãos, lhe haviam mandado pedir “pau
de jacarandá”, para se fazerem umas grades para a Capela do Senhor da Praça e
juntamente «para um andor do Senhor dos Passos» mas que, na sua opinião, «era
melhor fazerem-se na cidade da Baía para o que mandassem desta Santa Casa, as
medidas para as ditas grades e andor» <a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_edn3" name="_ednref3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iii]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
E assim foi feito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Muito pouco tempo depois, o capitão João Dias, confirmava, através de carta
chegada na frota da Baía e aberta em 24 de Junho de 1732, que iria mandar “ uma
grade de pau-preto para a Capela do Bom Jesus da Praça e mais seis varas para o
pálio do mesmo pau”. Foi portador de tal carta o capitão João de Barros
Ribeiro, que além do mencionado, ainda teria de entregar “uma dúzia de ramos de
pena”, que completariam o desejo e a devoção do remetente, “logo ao depois da
grade assentada”. Em troca desta benfeitoria, o capitão João Dias, pedia que
lhe mandassem celebrar, “cinco capelas de Missas e quatro ofícios”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esta magnífica grade, uma requintada obra de arte da marcenaria daquele
tempo é precisamente aquela que se encontra ainda hoje em frente da Capela do
Senhor dos Mareantes, antigamente chamado “Bom Jesus da Praça”. Podemos, ao
contemplá-la, dizer com segurança, que foi feita no Brasil, na Baía e que fez
281 anos, oficialmente, ontem, 24 de Junho, dia de S. João!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O andor, esse, chegou um pouco mais tarde. É uma acta da reunião do Cabido,
de 8 de Dezembro de 1736, que nos diz que o capitão João Dias, «tinha remetido
para esta Santa Casa, um andor de pau-brasil, com sua coberta de tela roxa e
entretecida de ouro, com os seus ramos do mesmo ouro e com franja em rodas de
ouro grandes» A carta dizia ainda, que este benfeitor enviara ainda mais seis
mil e quatrocentos reis, que Lourenço Pereira, de Lisboa, devia remeter à Santa
Casa para pagamento dos ornatos do referido andor. Não falava do seu custo, pois
«queria lho aceitasse Nosso Senhor, por esmola e somente pedia em remuneração,
que lhe mandassem dizer logo, quatro capelas de Missas: duas pelas almas de
seus pais e parentes defuntos e duas pelas almas dos pais e parentes defuntos
de sua companheira <i>Antónia Francisca de
Almeida.»<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_edn4" name="_ednref4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><b><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iv]</span></b></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 7.1pt 21.3pt; text-align: justify;">
Não estou certo de que o actual andor do Senhor
dos Passos, peça tão emblemática da Semana Santa, pelo menos para aqueles que o
carregam na procissão de Quinta-feira Maior, seja o mesmo a que a acta de 8 de
Dezembro de 1736 se refere. Para ter certezas, ter-se ia que fazer, no mínimo,
um exame à madeira de que é construído e estudar a talha. Porém, um convencimento
tenho e posso partilhá-lo: o estilo do andor é “D. João V” e, portanto,
enquadrado na época faustosa contemporânea da descoberta do «ouro e das pedras
preciosas» no Brasil<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se assim for, será mais uma extraordinária peça com 279 anos que vem enriquecer
substancialmente o património cultural, histórico e material da nossa Santa
Casa da Misericórdia, instituição marcante e a mais antiga do concelho que
desde a sua fundação presta serviços relevantes às gerações que a ela têm
recorrido ao longo dos séculos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas, para além disto, a Igreja da Misericórdia tem mais, mas muito mais,
para nos surpreender em termos de História!<o:p></o:p></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></a>
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">- ANTT (</span><span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-language: PT;">Digitarq) -
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, doc. 1292<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></a> - <span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da
História dos Africanos Escravizados no Brasil Local: Ilha de Itaparica –
Pontinha/Vera Cruz – BA <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="edn3">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_ednref3" name="_edn3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iii]</span></span><!--[endif]--></span></a> - AHSCME – Livro dos Acórdãos, pág. 92<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn4">
<div class="MsoEndnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Felgueiras/Desktop/Backup%20-%20Pai/Documentos/O%20Capit%C3%A3o%20Jo%C3%A3o%20Dias.docx#_ednref4" name="_edn4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[iv]</span></span><!--[endif]--></span></a> - AHSCME –
Livro dos Acórdãos, , pág. 99v e 100<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText">
(Publicado no jornal digital "Esposende Acontece, em 24 de Junho de 2015).</div>
</div>
</div>
Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-57798458699764537312015-09-13T11:29:00.003-07:002015-09-13T11:29:37.371-07:00
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">«O VINTE E UM» - Um
aventureiro de Séc. XVII</b></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-tab-count: 7;"> </span></b></div>
João Gonçalves (Belinho) nasceu
pelos anos de 1600.<br />
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A sua família será originária de
S. Pedro Fins, de Belinho, tal como outras que se estabeleceram em Esposende,
adoptando o nome das freguesias donde eram originárias</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Tinha ascendentes <st1:personname productid="em Vila Ch ̄" w:st="on">em Vila Chã</st1:personname> e em 1598, seu
pai, Álvaro Pires Belinho era irmão da Santa Casa. Ele próprio foi devoto irmão,
contribuindo com generosas esmolas. </div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
João Gonçalves Belinho, casou em
Esposende, com Maria Fernandes de Faria, membro da influente família dos
Farias, oriundos de Barcelos, parentes do célebre alcaide Gonçalo Nuno. Em 2 de
Março de 1642, juntamente com sua mulher, foi testemunha notarial numa
escritura de dote a Benta de Faria, viúva, para esta casar com Filipe Dias,
capitão de navios. Este dote incluia uma parte de um navio que ela tinha a
fabricar no estaleiro de Francisco Dias ou 40.000 reis de contado e tudo o mais
que pertencia à dita viúva.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>João Gonçalves foi também padrinho em vários
baptizados e casamentos na Matriz de Esposende e é citado no processo do
Tribunal da Inquisição de Coimbra que decorreu entre 1641 e 43, relativo ao
Padre Manuel de Barros Pereira, da Casa do Rêgo.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Nos próprios registos de
Baptismos, João Gonçalves aparece com a alcunha de “vinte e um”.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Era um homem do mar. Ora era capitão
ora era mestre de navios. Um aventureiro, um negociante, à procura de fortuna,
tal como muitos outros conterrâneos do seu tempo.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Nessa altura, era comum, para
além da partilha da propriedade do barco, os mercadores associarem-se e
participarem em negócios que envolvessem contratos feitos em conjunto, não só
sobre a embarcação, mas também sobre as mercadorias, o que de imediato,
diminuía o risco.do capital investido.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Formavam-se assim autênticas companhias,
«ad hoc», que facilitavam o movimento de capitais e permitiam aos mercadores
alargar o seu raio de acção comercial<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
É numa dessas situações que vamos
encontrar o «Vinte e um» <st1:personname productid="em Ponta Delgada" w:st="on">em
Ponta Delgada</st1:personname>, nos Açores, em 7 de Outubro de 1648</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Juntamente com Domingos Vaz de
Brito, João Soares Serra e Manuel Fernandes da Silva, João Gonçalves Belinho
fez uma dessas «companhias» por conta da qual carregou o navio «S. Francisco e
Nossa Srª dos Remédios», de que era o mestre e interveniente no negócio. </div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O navio estava no porto de Ponta
Delgada e a sua prevista viagem correspondia ao chamado percurso triangular:
Ponta Delgada – Cabo Verde – Espírito Santo (Brasil), transportando as
mercadorias habituais nesta rota, como escravos, açúcar, couros, algodão, etc. </div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Dois dos mercadores desta
«companhia», Domingos Vaz de Brito e João Soares Serra, ficaram <st1:personname productid="em Ponta Delgada" w:st="on">em Ponta Delgada</st1:personname>; os
outros dois seguiam viagem com as mercadorias a bordo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Entre eles, foram trocadas
procurações com amplos poderes de representação.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Porém, nada obrigava a que, após
efectuada a viagem, o acordo continuasse a vigorar e a «companhia» a funcionar.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O carácter destas «companhias» ou
«sociedades» era efémero, como prova o facto deste navio ter sido dado como
vindo da Baía, sendo seu proprietário Manuel Fernandes da Silva.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No caso das Cartas de Frete,
ambas as partes interessadas compareciam perante o Tabelião que era quem
redigia o texto do Contrato.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No Porto onde habitualmente os
nossos capitães amarravam, para fretar os seus navios aos negociantes daquela
praça, as cartas de frete eram feitas nos Tabeliães da Rua das Taipas, ainda
hoje existente Tal como eram feitas em Esposende, no tabelião local, a partir
de meados do séc XVI..</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em 1666, no dia 8 de Junho,
morreu João Gonçalves (Belinho) o «Vinte e um».</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Estava preso em Lisboa, por não
ter pago à Alfândega, uns direitos de seu navio. Foi enterrado na Igreja dê S.
Julião., segundo as notícias trazidas pelo capitão Manuel Dias de Faria, que
assistiu à sua morte.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A sua naturalidade levanta
algumas dúvidas e ficou por esclarecer nas Inquirições do Santo Ofício, levadas
a cabo em Esposende sobre os ascendentes de seu neto, o Capitão Manuel
Fernandes de Faria, que obteve carta de Familiar em 1735.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 5;"> </span></div>
Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-41373506592636554912015-09-13T11:17:00.000-07:002015-09-13T11:17:01.778-07:00
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">«O VINTE E UM» - Um
aventureiro de Séc. XVII</b></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-tab-count: 7;"> </span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-tab-count: 7;"> </span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i></b></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
João Gonçalves (Belinho) nasceu
pelos anos de 1600.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A sua família será originária de
S. Pedro Fins, de Belinho, tal como outras que se estabeleceram em Esposende,
adoptando o nome das freguesias donde eram originárias</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Tinha ascendentes <st1:personname productid="em Vila Ch ̄" w:st="on">em Vila Chã</st1:personname> e em 1598, seu
pai, Álvaro Pires Belinho era irmão da Santa Casa. Ele próprio foi devoto irmão,
contribuindo com generosas esmolas. </div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
João Gonçalves Belinho, casou em
Esposende, com Maria Fernandes de Faria, membro da influente família dos
Farias, oriundos de Barcelos, parentes do célebre alcaide Gonçalo Nuno. Em 2 de
Março de 1642, juntamente com sua mulher, foi testemunha notarial numa
escritura de dote a Benta de Faria, viúva, para esta casar com Filipe Dias,
capitão de navios. Este dote incluia uma parte de um navio que ela tinha a
fabricar no estaleiro de Francisco Dias ou 40.000 reis de contado e tudo o mais
que pertencia à dita viúva.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>João Gonçalves foi também padrinho em vários
baptizados e casamentos na Matriz de Esposende e é citado no processo do
Tribunal da Inquisição de Coimbra que decorreu entre 1641 e 43, relativo ao
Padre Manuel de Barros Pereira, da Casa do Rêgo.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Nos próprios registos de
Baptismos, João Gonçalves aparece com a alcunha de “vinte e um”.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Era um homem do mar. Ora era capitão
ora era mestre de navios. Um aventureiro, um negociante, à procura de fortuna,
tal como muitos outros conterrâneos do seu tempo.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Nessa altura, era comum, para
além da partilha da propriedade do barco, os mercadores associarem-se e
participarem em negócios que envolvessem contratos feitos em conjunto, não só
sobre a embarcação, mas também sobre as mercadorias, o que de imediato,
diminuía o risco.do capital investido.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Formavam-se assim autênticas companhias,
«ad hoc», que facilitavam o movimento de capitais e permitiam aos mercadores
alargar o seu raio de acção comercial<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
É numa dessas situações que vamos
encontrar o «Vinte e um» <st1:personname productid="em Ponta Delgada" w:st="on">em
Ponta Delgada</st1:personname>, nos Açores, em 7 de Outubro de 1648</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Juntamente com Domingos Vaz de
Brito, João Soares Serra e Manuel Fernandes da Silva, João Gonçalves Belinho
fez uma dessas «companhias» por conta da qual carregou o navio «S. Francisco e
Nossa Srª dos Remédios», de que era o mestre e interveniente no negócio. </div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O navio estava no porto de Ponta
Delgada e a sua prevista viagem correspondia ao chamado percurso triangular:
Ponta Delgada – Cabo Verde – Espírito Santo (Brasil), transportando as
mercadorias habituais nesta rota, como escravos, açúcar, couros, algodão, etc. </div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Dois dos mercadores desta
«companhia», Domingos Vaz de Brito e João Soares Serra, ficaram <st1:personname productid="em Ponta Delgada" w:st="on">em Ponta Delgada</st1:personname>; os
outros dois seguiam viagem com as mercadorias a bordo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Entre eles, foram trocadas
procurações com amplos poderes de representação.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Porém, nada obrigava a que, após
efectuada a viagem, o acordo continuasse a vigorar e a «companhia» a funcionar.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
O carácter destas «companhias» ou
«sociedades» era efémero, como prova o facto deste navio ter sido dado como
vindo da Baía, sendo seu proprietário Manuel Fernandes da Silva.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No caso das Cartas de Frete,
ambas as partes interessadas compareciam perante o Tabelião que era quem
redigia o texto do Contrato.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No Porto onde habitualmente os
nossos capitães amarravam, para fretar os seus navios aos negociantes daquela
praça, as cartas de frete eram feitas nos Tabeliães da Rua das Taipas, ainda
hoje existente Tal como eram lavradas em Esposende, no tabelião local, a partir
de meados do séc XVI..</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Em 1666, no dia 8 de Junho,
morreu João Gonçalves (Belinho) o «Vinte e um».</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Estava preso em Lisboa, por não
ter pago à Alfândega, uns direitos de seu navio. Foi enterrado na Igreja dê S.
Julião., segundo as notícias trazidas pelo capitão Manuel Dias de Faria, que
assistiu à sua morte.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A sua naturalidade levanta
algumas dúvidas e ficou por esclarecer nas Inquirições do Santo Ofício, levadas
a cabo em Esposende sobre os ascendentes de seu neto, o Capitão Manuel
Fernandes de Faria, que obteve carta de Familiar em 1735.</div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
(Publicado no "Farol de Esposende" em Outubro de 2013)</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="mso-tab-count: 5;"> </span></div>
Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-164620513429549282011-07-31T10:13:00.000-07:002011-07-31T10:13:04.884-07:00naufrágios na costa de Esposende<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O primeiro naufrágio histórico e a Lenda dos “Cavalos de Fão”</b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">«O nome de “Cavalos de Fão”, provém da silhueta que os rochedos apresentam à distância, na baixa-mar»</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">«Segundo uma lenda, aquele nome remonta aos tempos patriarcais e foi-lhe dado em memória do naufrágio de uma embarcação carregada com um presente de cavalos, que ali morreram, mandado pelo Rei Ofir, quarto neto de Noé, ao seu compadre Fão.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Terá sido este o primeiro naufrágio na costa de Esposende, que a tradição oral registou e fez chegar até nós, acontecido na idade do bronze, quando da passagem pelo “nosso mar” de um povo navegador e mercantil, «aventureiro de classe e pirata por excelência - os Fenícios» <a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7886391868741459746#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[1]</span></span></span></span></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Diz Domingos Gomes, a propósito da origem de Esposende que «Não é pela sua civilização, não é pelo que nos deixou, que podemos tirar essa ilação, mas pelo que há de parecido nas gentes dessa época e pelas manifestações reveladas pelos de agora» </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Em abono desta afirmação, escreve que «os fenícios, quando se preparavam para o saque e não o podiam consumar, satisfaziam-se destruindo» A partir daí constrói a sua tese, lembrando que «Há bem poucos anos, quando do naufrágio do vapor de carga “Lagoa” , os habitantes de uma aldeia próxima de Esposende , na emboscada da noite, pretenderam trazer alguns pianos. Mas como isso fosse impossível, destruíram-nos ás machadadas. Esse pormenor, ainda que isolado, é talvez luminoso para uma rectificação histórica, cabendo em seguida aos romanos a supremacia nos destinos destas paragens, conclui. <a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7886391868741459746#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[2]</span></span></span></span></a> </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">É precisamente a lenda dos Cavalos de Fão quem nos revela esse extraordinário acontecimento, que, retirando a fantasia com que foi adornada, tem um fundo histórico, presumivelmente verdadeiro, mas não datado ou documentado.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Diz a lenda, resumidamente, que “in illo tempore”<span style="mso-spacerun: yes;"> , </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">«Certo rei, chamado Ofir, quarto neto de Noé, mandou de presente ao seu compadre Fão, cavalos, que, por ter naufragado a embarcação que os transportava, se transformaram nos rochedos que emergem do mar em frente à praia de Fão».<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7886391868741459746#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[3]</span></span></span></span></a></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Na altura do tal naufrágio a costa, não tinha a configuração com que hoje se nos apresenta, mas os temíveis “Cavalos” e outros afloramentos vizinhos já denunciavam os perigos fatais, que os vieram a tornar tristemente célebres ao longo dos séculos. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="mso-element: footnote-list;"><br clear="all" /><hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7886391868741459746#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Domingos Gomes, in<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“O Espozendense”de 25 de Março de 1939, pág. 2</span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7886391868741459746#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[2]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Idem, idem, idem. – Escrito <personname productid="em Loureno Marques" w:st="on">em Lourenço Marques</personname> em 25 de Fevereiro de 1939.</span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=7886391868741459746#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[3]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Sequeira, Zeferino (Coronel) – Villa Nuncupata Fano, “As patranhas de Ofir e Fão”, in Monumentos Históricos de Fão (Colectânea de monografias e de textos históricos sobre Fão) - edição da Comissão promotora da celebração das instituições fangueiras, Fão 2000, pág. 143. </span></div></div></div>Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-40319436892644682932011-01-09T06:06:00.000-08:002011-01-09T06:06:44.107-08:00continuaçãoO hiate "FELIZ DESTINO", propriedadeda Viscondessa de Santo António, em 7 de Janeiro de 1862, ainda era comandado pelo mestre João da Rocha, filho de António da Rocha, de 34 anos, de Ílhavo, mas a sua tripulação tinha mudado e era assim constituída:<br />
Marinheiros:<br />
-Francisco Nunes, de 26 anos, filho de José Francisco Anarraio (?);<br />
- José Oliveira, de 24, filho de Manuel Oliveira;<br />
- José Lourenço Catarino, de 29, filho de António Lourenço Catarino e os <br />
Moços:<br />
- João Mineiro(?), de 18 anos, filho de Manuel João Mineiro (?);<br />
- Manuel Ruivo, , de 14, de Joaquim António(?) Ruivo e <br />
- Francisco de Faria Barros, de 16 anos, filho de José de Faria Barros de ESPOSENDE.<br />
<br />
<br />
<br />
0 hiate português "DEUS SOBRE SOBRE TUDO", pertencia a José da Costa Carollas e em 15de Janeiro de 1861, matriculou em Esposende a sua tripulação, para fazera viagem para Aveiro.<br />
A sua equipagem era assim constituída:<br />
Mestre : José Simões Ré, de 30 anos, filho de Domingos Simões Ré;<br />
Contramestre : João Pereirada Velha, de 40, filho de SilvestrePereira da Velha;<br />
Marinheiros: <br />
-João Marcela, de 28, filho de Tomé Marcela;<br />
- José Leite, filho de José Gonçalves Leite, de 18 :<br />
- Domingos José Ferraz, de 30, filho de Paulo André Ferraz)<br />
Moços:<br />
-António Gonçalves Vilão, de 18, filho de José Gonçalves Vilão e <br />
- Tomé André Ferraz, de 14 , irmão do marinheiro Domingos Ferraz.<br />
Eram todos de Ílhavo<br />
<br />
<br />
- O hiate português "CONCEIÇÃO FELIZ" , propriedadede Fernando de Oliveira, saiu de Esposende para Aveiro, com uma tripulação toda de Ílhavo, matriculada em 16 de Janeiro de 1862.<br />
O seu propiedtário, que era também de Ílhavo, era o seu mestre. Tinha então 40 anos e era filho de Manuel de Oliveira . Era casado (era alto, tinha cabelos petos e olhos castanhos) . A sua soldada era "aparte"<br />
Como seu contramestre levava a bordo Manuel Pereira Novo, de 25anos, filho de João Pereira Novo.<br />
Os marinheiros eram :<br />
- António Simões Chuva, de 24 anos, filho de Manuel Luís Chuva;<br />
- Manuel Simões Maurício (?) , filho de Sivestre João Maurício (?)<br />
- Francosco Mergulhão, de 30 , filho de Manuel Francisco Mergulhão.<br />
O moço de bordo era Manuel Bartolo, filho de Manuel Francisco Bártolo.<br />
<br />
<br />
Nos princípios de Maio de 1862, saiu a barra de Esposende com destino a Aveiro, a bateira "OLHO VIVO", propriedade de Luís dos Santos Lé. Navegava sob autorização real de 9 de Jlho de 1860<br />
Era se mestre José Forte Homem , de 40 anos, filho de Tomé Forte Homem.<br />
Os marinheiros eram:<br />
- Rodrigo Baptista Russo, de 38 anos, filho de José Baptista Russo e <br />
- José Maria, de 22, filho de José Maria Pazeiro, natural de Mira.<br />
O moço de bordo era Francisco Forte Homem, de 12 anos, filho do mestre, José Forte Homem.Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-65699940256862962122011-01-09T04:26:00.001-08:002011-01-09T04:26:55.909-08:00Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-30724308963779241962010-12-09T03:42:00.000-08:002010-12-09T03:42:16.936-08:00continuação....O palhabote "NYNPHA", foi construído em Fãoem 1874/5, po rManuel Dias dos Santos Borda, para seu irmão o capitão João Dias dso Santos Borda e outros , de Fão.<br />
O navio arqueava 88,163 toneladas.<br />
Media 19,97 metros de quilha;5,96 de boca e 2,40 de pontal.<br />
O seu primeiro mestre foi João Fernandes Mano, de 51 anos, casado, de Ílhavo.<br />
o contramestreera João d'Angélica, de32, casado, de Ílhavo.<br />
Da tripulação faziam parte os marinheiros:<br />
-Domingos Lourenço Catarino, de 18 anos;<br />
-António de Oliveira, de23 anos, ambos de Ílhavo.<br />
Os dois moços de bordo eram de Fão., um de 16 anos e outro de 14.<br />
Saíram de Esposende em Abril de 1875, com destino a Vila Real de Santo Antónjio.<br />
<br />
<br />
Em 1877 o hiate "RESSUSCITADO ", construído em 1872, em Fão e que nessa altura pertencia a João Fernandes Mano que era o seu Mestre, era agora pertença de Joaquim Pereira e outros, sendo tripulado por:<br />
-José Gonçalves Leite, filho de"outro", casado, de 38 anos,que era o seu mestre;<br />
- José Marques, filho de Tomás Marques, de 33, casado, contramestre;<br />
- Onofre Francisco da Maia, filho de Fernando Francisco da Maia, de 22, solteiro, marinheiro e <br />
- José António Moço, filho de João António Moço, de 17 anos, solteiro, marinheiro.<br />
Todos naturais de Ílhavo.<br />
Sairam de Esposende, com destino a Lisboa.<br />
-Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-39507927578792682322010-11-27T10:22:00.000-08:002010-11-27T10:22:39.440-08:00Continuação....-O hiate "JOVEM LAURA", foi construído nos estaleiros de Fão, por Manuel Dias dos Santos Borda, em 1871 .<br />
Pertencia a José Nunes Teixeira e outro, de Aveiro.<br />
Antes de saírem a barra do Cávado (Esposennde), matrucularam a sua tripulação em 18 de Agosto, que era assim formada:<br />
- Mestre -Cristóvão Domingues Magano, de 28 anos, filho de Joaquim Domingues Magano;<br />
-Contramestre - António Domingues Magano, de 33 anos, irmão do mestre;<br />
- Marinheiros:<br />
-Francisco FerreiraSaraiva, de333 anos, filho de António Ferreira Saraiva;<br />
- Sebastião Francisco Ruivinho, de 29, filho de Rafael Francisco Ruivinho;<br />
- Manuel dos Santos Redondo,de31, filho de Manuel dos Santos Redondo;<br />
- António Francisco Ruivinho, de 25, irmão do Sebastião e <br />
-Luís, de 15 anos, filho de Manuel da Rocha Bastos.<br />
Eram toios de Ílhavo. DEvem tersaído deEsposende, no mês de Outubro, pois o Passaporte Real que autorizava o navio a navegar, tem a data de 10 de Outubro de 1871.<br />
<br />
<br />
- O hiate "É SEGREDO", foi construído em Fão, no ano de 1860, por Manuel Dias dos Santos Borda, para António Nunes Ramirote.<br />
Era um hiatepequeno, com 14,30 metros de quilha,5,6 de boca e 1,76 de pontaL.<br />
Bateu a estaca em 19 de Março de 1860. A sua capacidada de carga era de 51 m3, segundo a arqueação feita em 1872, quando saiu a barra deEsposende, com destino à Figueira da Foz.<br />
A sua tripulação, era toda de Ílhavo e assim composta:<br />
- Mestre: António Nunes Ramiro, de 42 anos, casado, filho de João Nunes Ramirote;<br />
Marinheiros: José Marques, de21 anos, filho de Tomás Marques;<br />
-Manuel Serrano, de 30, filho de António Lourenço;<br />
- João Fernandes Pereira, de27, filho de Francisco Fernandes Ferreira e <br />
- Luís dos Santos Parracho, de 18, filho de José dos Santos Parracho.<br />
<br />
<br />
O hiate "TIMBRE", foi construído em Fão em 1873, por Manuel Dias dos Santos Borda, para Joaquim da Rocha Sousa, da praça da Figueira (?)<br />
O "TIMBRE" só foi lançado à água em 28 de Fevereiro de 1874. 106,634 m3 e media 21,90 metros de quilha, por 6,30 de boca e 2,56 de pontal<br />
Da matrícula da sua equipagem, feita em 13 de Setembro de 1873, consta como contrameste José António do contrameste Russo, de 48 anos, filho de "outro" <br />
-Rodrigo José Russo, filho de José António Russo, de 50 anos<br />
- José Pinto, de 27, filho de Manuel Ferreira Pinto e <br />
- Paulo Nunes Guerra, de 17. Eram todos de Ílhavo, sendo a restante tripulação da Figueira, de Buarcos e de Fão.<br />
Deve ter havido algum contratempo para o bota-abaixo se ter efectivado em Fevereiro de 74, pois a matrícula dasua equipagem tinha sido feita em Setembro de 73 , e segundo o registo, propunham -se sair com destino a Vila Real de Santo António .<br />
<br />
O palhabote "PASSARINHO", construído em Fão por José Martins Branco, para armadores de Fão como os capitães José Pinto de Campos Júnior e Valentim Félix de Magalhães, fo lançado à água em 16 deAbril de 1874.<br />
Em 20 de Julho do msemo ano, aparece como proprietário Augusto dos Santos Gomes & Cª. quando o navio saiude Esposendecom destino a Sevilha, tendo na sua equipagem de pessoas, vários elementos de Ílhavo, como sejam:<br />
- Contramestre, José António Russo, de 50 anos, filho de "outro";<br />
marinheiro - Antonio da Silva, de 21 anos, filho de Manuel da Silva , sendo Francisco Ferreira Saraiva , de 17 anos, filho de "outro" e João Maria Canejo Novo, de16, filho de Domingos Canejo, os dois moços de bordo.Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-1042882857314365182010-11-22T02:54:00.000-08:002010-11-22T02:54:02.238-08:00continuação-Manuel dos Santos Galo, de 33 anos, de Ílhavo, era o mestre do hiate "BOM JESUS DOS NAVEGANTES", quando este saiu a barra de Esposende em direcção a Setúball, em Setembro de 1863.<br />
Nesta altura era propriedade de José Martins Barbosa Júnior & Cª.<br />
Este hiate tinha sido construído em 1850, nos estaleiros de Fão , por João Gomes Saraiva, para Manuel André Mendes, que era um armador de Fão.<br />
Deslocava 69,5 tons. Tinha a pôpa fechada, borda falsa, beque e salto à ré.<br />
<br />
- João Fernandes Mano, era o mestre do hiate "RESSUSCITADO" que pertencia a joaquim Pereira & Cª. de Aveiro.<br />
A equipagem deste navio, toda de Ílhavo, foi matriculada em 11 de Julho de 1870 na Alfândega de Esposende.<br />
João Fernandes Mano, que na altura tibha 45 anos, tinha como seu contramentre João Fernandes Pinto, de 32.<br />
Tomé Campino;, de 36 anos; António dos Santos, de 24 e Luís dos Santos Boia de 24 , eram os marinheiros.<br />
João Forte-Homem ,de 17 e António Simões Chuva, também de17 anos eram os "moços"de bordo.<br />
Saíram de Esposende para o porto de Huelva, em Julho de 1870, com passaporte Real de 23 de Julho de 1869. que o autorizava o navio a voltar por onde lhe conviesse.<br />
Em 1872, João Fernandes Mano, manda construir em Fão, a Luis José da Silva Maciel, um hiate com 19,30 metros de quilha, 5,4 de boca e 2,2 de pontal. a que dá também o nome de "RESSUSCITADO", sendo ele mesmo o mestre dele.<br />
continua...Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-90290901338935355372010-11-21T06:17:00.000-08:002010-11-21T06:17:19.598-08:00Marinheiros de Ílhavo em EsposendeEntre finais de 1859 e princípios do 60 , foi construído nos estaleiros de Esposende, o hiate "RASOULO 1º" , para José Rasoulo, de Ílhavo.<br />
O navio, media 72 palmos de quilha, por 25 de boca e 8 de pontal. Deslocava 64 toneladas.<br />
A sua primeira tripulação, que foi matriculada em 5 de Junho de 1860, na Alfândega de Esposende, tinha a seguinte composição:<br />
- José Rasoulo de 40 anos, casado, - mestre; (Assina <em>Rasoullo)</em><br />
- José Simões Ré, de 30 anos, casado - contramestre;<br />
- Ramir(i)o Estevão. de 29 , casado, - marinheiro;<br />
- Francisco Mergulhão, de 28, casado - marinheiro;<br />
- João Pereira da Velha, de 40 - marinheiro;<br />
- João Gaiteira, de 27 - moço.<br />
Sairam a barra deEsposende, em direcção a Aveiro, autorizados pelo Passaporte Real de 9 de Abril de 1860.Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-25570041432472836232010-11-21T03:36:00.000-08:002010-11-21T03:36:54.591-08:00Marinheiros de ìlhavo em Esposende- Em 1859, nos estaleiros de Fão. foi construído o hiate "VIANENSE", por Manuel Dias dos Santos Borda, para José Marins Barbosa Júnior. Media 79 palmos de quilha..<br />
A sua tripulação era todade Esposende, quando registada em 5 de Março de 1859.<br />
O mestre, porém, era Luís de Oliveirada Velha, de 25 anos, casado, de Ílhavo.<br />
Saíram em direcção a Viana do Castelo, com passaporteReal de 31 de Janeiro de 1859.<br />
De notar que esta sera a primeira viagem do navio e que a tripulação , neste caso de Esposende, regressava a casa, logo após a "entrega" do navio ao armador da praça respectiva.<br />
<br />
- O caíque "NUGRE", foi construído em 1859, nos estaleiros de Fão, por Francisco Dias dos Santos Borda, para António André & Cª, de Ílhavo<br />
Em 11de Março de 1860, matriculou sua equipagem , assim cosnstituída:<br />
Domingos d'Angélica, mestre, 26 anos;<br />
António Manuel Ruivo,contramestre,30;<br />
Manuel Pereira Novo,26, marinheiro;<br />
João Ruivo, moço, 18, irmão do contramestre;<br />
Ramiro António Ruivo, moço, de 10 anos<br />
Manuel Francisco da Magdalena, moço, 14 <br />
O outro elemento da tripulação era da Ericeira<br />
Saíram deEsposende, para Viana do Castelo, com passaporteReal de 12 de Marlo de 1859<br />
Continua....Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-78924016156979526842010-11-20T13:53:00.000-08:002010-11-20T13:53:02.070-08:00Marinheiros de Ílhavo... Em 11 deOutubro de 1856, o "Três Amigos", volta a matricular a sua equioagem, para sair do porto de Esposende, rumo a Aveiro, autorizado pelo Passaporte Real de 27 de Fevereiro desse mesmo ano.<br />
Desta vez o mestre é Calisto dos Santos, de 32 anos, solteiro que juntamente com 2 marinheiros e 3 "moços", completava a tripulação.<br />
Eram marinheiros:<br />
-Joaquim João Frade, de 23 anos;<br />
- Manuel Nunes Branco, de 24;<br />
Moços: João Fernandes Mano júnior, de 18;<br />
- João Fernandes Pinto e <br />
- José Simões Bixirão.<br />
<br />
Em 7 de Maio de 1857, faziam parte da tripulação da Rasca "Salineira de Aveiro", de Luís Gonçalves Moreira e Cª, da Ericeira os seguintes marinheiros ilhavenses:<br />
- Manuel de Oliveira da Gonsala, de 40 anos;<br />
- Fernando Baía, de 22;<br />
- José Gonçalves, de 32;<br />
- António Fernandes Saborano, de 28 e <br />
- Manuel de Oliveira da Gonsala, de 10 (dez anos!!!)<br />
O mestre, António Gomes, era da Ericeira e o Contramestre, Custódiio Bernardo Lemos, era de Aveiro, <br />
Esta"rasca", foi construída nos Estaleiros ed F<br />
ão , por Francisco Dias dos Santos Borda e nesta altura, saiu a barra de Esposende em direcção a Viana do Castelo. <br />
<br />
Em 1857, é construído em Fão o hiate "Novo Atrevido", para José António Pereira da Cruz, de Ílhavo.<br />
Deslocava 44 toneladas.<br />
A sua tripulação, que era toda de Ílhavo, foi matriculada na Alfândega de Esposende em Maio de 1857, era composta por:<br />
- mestre, Manuel Marques, de 24 anos;<br />
- contramestre, José Simões Ré, de 24;<br />
-marinheiro, José Nubes Rabirote (sic) . Será Ramirote?<br />
- Moço - João Simões Ré, irmão de José, de 22 anos e <br />
Joaquim Belesa, de 19.<br />
Saíram de Esposende com destino a Aveiro.<br />
<br />
Em 1858, foi construído nos Estaleiros de Esposende, o hiate " Feliz Destino", para a Viscondessa deSanto António e outros, da praça de Ílhavo.<br />
Deslocava 37 toneladas e foi construído por António dos Santos Garcia, reputado construtor naval, de Esposende.<br />
A equipagem era toda de Ílhavo, a saber:<br />
- João da Rocha, de 33 anos, mestre;<br />
- Manuel de Palos (ou de Passos?), de 28, marinheiro;<br />
- João Francisco, de 24, marinheiro;<br />
- Marçalo Matias, de 40, marinheiro;<br />
- João Domingos da Rocha, 18 anos, moço e<br />
- João Luís Belesa? (Vellera?, no documento)<br />
Esta equipagemfoi matriculada em 27 de Maio de 1858 na Alfândega de Esposende.<br />
O navio saiu a barra deEsposende com destino a Lisboa, com passaporte Real de 18 deFevereiro de 1858.<br />
Continua...Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-88711549503606563132010-11-20T11:58:00.000-08:002010-11-20T11:58:41.940-08:00Marinheiros de ìlhavo em Esposende no Sé.XIXO primeiro marinheiro de Ílhavo, de que tenho registo aqui enm Esposende, é João Fernandes Mano, que na altura tinha 28 anos .<br />
Era o mestre do caíique "Três Amigos", pertencente a Joaquim Gonçalves Regado, aqui da freguesia de Marinhas, que foi também o seu construtor.<br />
Era um barco relativamente pequeno, destinado à cabotagem, do qual o mestre Mano também era sócio.<br />
Mais dois marinheiros de Ìlhavo, Manuel Oliveira de Gonsala, de 35 anos e Roque Fernandes Mano, irmão do mestre, de23 , faziam parte da equipagem que foi matriculada em 3 de Março de 1855, na Delegação da Intendência da Marinha do Porto, ou seja na Alfândega de Esposende.<br />
O caíque saíu a barra de Esposende em lastro, em direção a Aveiro.<br />
<br />
Em 3 de Junho de 1856, volta a aparecer João Fernandes Mano, desta vez já titular da propriedade do "Três Amigos", mas com a tripulação de 3 marinheiros e um moço, todos de Ílhavo:<br />
- António Estalinho, de 36 anos;<br />
- Manuel Fernandes Pinto, de 20;<br />
- Joaquim Frade, de 20 e<br />
- João Fernandes Pinto, de 15 anos, irmão do Manuel.<br />
Sairam de Esposende, para Viana do Castelo , com "volta incerta"<br />
Continua...Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-67239344860353376662010-11-16T08:15:00.000-08:002010-11-16T08:15:53.214-08:00Naufrágios na costa de EsposendeDesde há muitos séculos que se têm registado naufrágios na costa de Esposende elvolvendo embarcações que vão dos simples barcos de pesca, a transatlânticos.<br />
Provavelmento o mais célebre ( não há documentação sobre o assunto...) foi aquele de que nos fala a lenda dos "Cavalos de Fão" e que terá tido como protagonistas navegadores Fenícios, na idade do bronze, quando estes se dirigiam para a Cornualha em busca do estanho, na chamada rota de Avieno.<br />
Ao , mais romanceada, outra lenda diz-nos que foram os navios do Rei Salomão que aqui vinham buscar ouro,carregados de cavalos e que teriam batido naquelas célebres pedras e naufragado. Daí adviria o nome de "Cavalos" que seriam os tais corseis naufragados, ficando para a posteridade aí petrificados .<br />
O próprio nome de "Esposende" parece ter algo a ver com o naufrágio de um tal "Spanuzindus".<br />
Vem isto a propósito de um trabalho que tenho em mãos e que diz respeito aos naufrágios históricos que aconteceram na área da costa do concelho de Esposende.<br />
Para tal tenho feito pesquisa, nomeadamente nos Arquivos Paroquiais, Arquivo Municipal, Arquivos Centrais, Jornais, em contacto directo com intervenientes, na tradição oral,etc e também na "net", em "blogs" especializados que me merecem todo o respeito.<br />
Porém tenho notado, no que diz respeito ao que se esvreve na "net", que nem sempre a localização dos naufrágios está correcta, pois, invariavelmente os recifes referenciados são os "Cavalos de Fão". Ora, a costa de Esposende tem, infelizmente, muitos mais "baixos" perigosos, sendo que foi nalguns deles que se deram os maiores naufrágios. Chamo a atenção para esta situação, pois os arqueólogos subaquáticos, gostarão de ir ao local exacto, quando em acção!<br />
Nem sempre os jornais nacionais são fontes fidedignas.É preciso consultar os jornais locais.E mesmo estes, quando há dois na mesma área, nem sempre dizem a mesma coisa... ou seja, é preciso "chécár", com outras informações.Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7886391868741459746.post-77928872979886210852010-11-13T03:05:00.000-08:002010-11-13T03:05:43.433-08:00O que é e para que é este "blog" ?<div style="text-align: justify;">Este espaço cibernético é o "sítio" onde espero trocar algumas impressões com muitos dos "navegadores" que gostam das coisas do mar.Não é por acaso que se chama " o Esstrinqueiro", termo em desuso que significa o marinheiro que lida(va) com a <em>estrinca,</em> que era um engenho «de eixo horizontal destinado a manobra das vergas , mastaréus e outras que demandassem grande força» Era usada a bordo das naus onde ,em manobra, os cabos passavam numa abertura feita no convés , chamada "chaminé da estrinca". Nos galeões, esta "maquinaria" , era substituída por dois cabrestantes . </div><div style="text-align: justify;">Sou descendente de um deses "estrinqueiros", nascido e criado numa terra de forte tradição marinheira - Esposende - , cujos filhos estiveram na Carreira da Índia, logo nas primeiras Armadas; nas frotas do Brasil, em 1514; nas Índias de Castela; no tráfico negreiro; nos Bancos do Bacalhau ,desde o Séc.XVI, no norte da Europa, na comercialização do sal, enfim ,por esses mares do Senhor, onde tantos naufragaram! </div><div style="text-align: justify;">Julgo ter muitos elementos (documentados) que poderei dar a conhecer. Espero também vir saber (muito) do que não sei...</div><div style="text-align: justify;">Para isso, saudo desde já, todos aqueles que queiram entrar nesta "viagem" extraordinária ao passado das nossa gesta marítima litorânea, que abordará também a construção naval e a construção de modelos à escala de navios antigos.</div><div style="text-align: justify;">Sejam Bem Vindos!</div><div style="text-align: justify;">Zé Feliz</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Zé Felizhttp://www.blogger.com/profile/10263644968768419355noreply@blogger.com1